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sexta-feira, agosto 04, 2006 

Mãe Terra!


Mãe Terra!

Perdoa estes teus filhos

que a ti destroem

Perdoa estes teus filhos

que em teu seio acolhes gentilmente

oferecendo, tuas águas, tuas matas,

teu solo para o nosso alimento.


Te afrontamos sem a menor piedade,

arrancamos tuas arvores,

sujamos teus rios, teus mares,

e poluímos teus ares.


Extraímos do fundo de tuas entranhas

teu líquido precioso,

formando um grande vácuo nas tuas profundezas,

em favor do nosso progresso.


E tu mãe,

e tu agonizando silenciosamente...

Quando aprenderemos

que um dia tu ressentida, doente,

nada mais terá a nos ofertar?


Além de tanto te maltratarmos,

ainda nos oferece teu solo,

para nos agasalhar na morte.


E nós mãe?

O que temos feito para te preservar?

O que temos feito

para que não venhas a agonizar?


Nós, filhos ingratos que te pisamos,

que te agredimos,

que sejamos ao menos dignos

em reconhecer que um dia

nada mais terá a nos oferecer.


Neste dia lembraremos dos bons tempos

em que tínhamos todas as estações

Lembraremos que nos brindava

com raios e trovões,

com o sol delicioso, ameno, gentil,

assim como o frio

que nos aconchegava uns aos outros,

embelezando de branco

nossos caminhos e nossos telhados.


Mãe terra,

Mãe generosa.

Nós teus filhos,

cravamos um punhal em teu coração,

mãos que matam,

mãos sangrentas mãe...


Perdoa-nos pelas agressões,

perdoa-nos por nossa ignorância,

nossos filhos sofrerão

o poder da nossa ganância...


Na tua morte, todos morreremos,

e será tarde demais

para que reconheçamos

que tu é a vida de nossas vidas.

Cora Maria

http://www.coramaria.com.br