terça-feira, setembro 26, 2006 

As Estações do Ano


Percebo: poucos ligam
para as quatro estações!

Sentem o Inverno,

mas poucos o apreciam
como aconchego de Deus!
Não há tempo para observar

o renovar da natureza no outono,

A primavera,

poucos a percebem,
e com esse comportamento,
perco o sono!
* *
Curte-se o verão,
pela intensidade do sol,
das praias e dos corpos nus!
Esquecidas foram as estações
com seus botões,
folhas, flores e frutos!...
a preocupação é correr,
comer, dormir, 'ficar'
...isso, para muitos tem ''tudo a ver'!
* *
Dinheiro... oba!
Depois pode-se ficar à sombra
e aproveitar a brisa
com o corpo em abandono!
Mais uma vez,
sensibilidade mutilada,
fecham-se os olhos meus e teus;
* *
E como ateus,
vive-se para o materialismo desenfreado!
Sofre o espírito
com os danos da insensibilidade;
porque Deus está
em cada estação do ano dizendo:
Amar é uma arte!

Margaret Pelicano Brasília
.25/09/2006

segunda-feira, setembro 25, 2006 

A Alma dos diferentes

"... Ah, o diferente, esse ser especial!

Diferente não é quem pretenda ser.

Esse é um imitador do que ainda não foi imitado, nunca um ser diferente.

Diferente é quem foi dotado de alguns mais e de alguns menos em hora, momento e lugar errados para os outros.

Que riem de inveja de não serem assim.

E de medo de não agüentar, caso um dia venham, a ser.

O diferente é um ser sempre mais próximo da perfeição.

O diferente nunca é um chato.

Mas é sempre confundido por pessoas menos sensíveis e avisadas.

Supondo encontrar um chato onde está um diferente, talentos são rechaçados; vitórias, adiadas;esperanças, mortas.

Um diferente medroso, este sim, acaba transformando-se num chato.

Chato é um diferente que não vingou.

Os diferentes muito inteligentes percebem porque os outros não os entendem.

Os diferentes raivosos acabam tendo razão sozinhos, contra o mundo inteiro.

Diferente que se preza entende o porque de quem o agride.

Se o diferente se mediocrizar, mergulhará no complexo de inferioridade.

O diferente paga sempre o preço de estar - mesmo sem querer - alterando algo, ameaçando rebanhos, carneiros e pastores.

O diferente suporta e digere a ira do irremediavelmente igual: a inveja do comum; o ódio do mediano.

O verdadeiro diferente sabe que nunca tem razão, mas que está sempre certo.

O diferente começa a sofrer cedo, já no primário, onde os demais de mãos dadas, e até mesmo alguns adultos por omissão, se unem para transformar o que é peculiaridade e potencial em aleijão e caricatura. O que é percepção aguçada em: "Puxa, fulano, como você é complicado".

O que é o embrião de um estilo próprio em: "Você não está vendo como todo mundo faz? "

O diferente carrega desde cedo apelidos e marcações os quais acaba incorporando.
Só os diferentes mais fortes do que o mundo se transformaram (e se transformam) nos seus grandes modificadores.

Diferente é o que vê mais longe do que o consenso.

O que sente antes mesmo dos demais começarem a perceber.

Diferente é o que se emociona enquanto todos em torno agridem e gargalham.

É o que engorda mais um pouco; chora onde outros xingam; estuda onde outros burram.

Quer onde outros cansam.

Espera de onde já não vem.

Sonha entre realistas.

Concretiza entre sonhadores.

Fala de leite em reunião de bêbados.

Cria onde o hábito rotiniza.

Sofre onde os outros ganham.

Nessas moradas estão tesouros da ternura humana.

De que só os diferentes são capazes.

Não mexa com o amor de um diferente.

A menos que você seja suficientemente forte

para suportá-lo depois."

Artur Da Távola

sexta-feira, setembro 08, 2006 

Um brinde à amizade

Por caminhos estranhos de tantas maneiras,

tento não te perder porque é preciso renascer

da amargura do vazio para abrir primaveras,

em passarelas perfumando todo bem querer!


Se o acaso me descarrilar do destino que quero,

florido em sorrisos amigos que abraçam a alma,

feito folhas secas desiludidas caídas eu espero

na fé a renova estiada da brandura que acalma!


Dias se arrastam lentos, mas a galope o coração

busca além dos mares a paz que rodeia amizade

se reveste nosso espírito radiante para festividade,


Que brindaremos entre risos em festiva canção,

se dentro d’alma soubermos cultivar a verdade,

na pureza virgem que transparece na emoção!


Inês Marucci

Santos-SP. 04/09/2006

quarta-feira, setembro 06, 2006 

A AMIZADE



Amizade é algo que se cultiva

faz-se flor; e tendo o caule quebrado

é como um vaso chinês da dinastia Ming...

mil pedaços é o que restou


Tão sensível, tão sensível,

que esfarela-se em minúsculos pedaços

e, aí, então, perde-se o compasso...

Nunca mais será firme como parecia: aço!


Tenham, pois, o cuidado necessário com a Amizade

Reguem com carinho essa plantinha tão sensível

Pois mantê-la é uma arte

que exige esforço colossal:


Aquele carinho, a sinceridade, a atenção,

Tão suscetível ao coração

só tem a Amizade

e se ela termina, como deixa saudade!

Margaret Pelicano e Maria Dirce (MADI) - 23/01/2003

Quanto mais diminui o egoísmo, mais força cria a Amizade. - E. M.

sexta-feira, setembro 01, 2006 

A Dra. Elizabeth Kübler-Ross e o momento da morte



"Quando se ouve um agonizante dizer: “Se pelo menos eu chegasse a ver meus filhos. Se pelo menos...”, a gente começa a refletir sobre a própria vida"

Para a dra. Elizabeth Kübler-Ross, conhecida autoridade nos problemas psiquiátricos dos pacientes vítimas de doenças fatais, a vida continua após a morte do corpo físico. Suíça de nascimento, norte-americana naturalizada, ex-professora da Universidade de Chicago, fundamentou sua convicção assistindo doentes desenganados observando-lhes os temores em relação à morte próxima.

Ao publicar, em 1969, seu livro “On Death and Dying” (e posteriormente várias outras obras), ela expôs cinco estágios pelos quais passam os pacientes agonizantes: negação, raiva, negociação/barganha (normalmente com Deus), depressão e aceitação.

Observando pacientes terminais

A dra. Elizabeth começou a cogitar sobre a sobrevivência do ser ao observar seus pacientes logo após a morte. “Percebi que ocorre algo muito importante poucos momentos após a morte. Um minuto, mais ou menos, após a morte clínica, a maioria dos pacientes muitas vezes apresenta expressões fisionômicas fantasticamente pacíficas, mesmo aqueles que lutaram terrivelmente até o fim”.

Observou também que muitos de seus doentes terminais falam com alguém, em seu leito de morte. “Meu pai falou com o pai dele, que havia morrido 30 anos antes, e depois se voltou para mim e conversou racionalmente. Chamamos isso de “alucinação”, como se, pondo um rótulo, explicássemos tudo”.

Mas um outro fator, muito mais determinante passou a lhe chamar atenção: “Uma paciente que fora declarada morta, apesar de heróicos esforços para ressuscita-la nos últimos minutos, voltou à vida espontaneamente, três horas e meia depois. Ela me disse como se sentira: havia flutuado para fora de seu corpo e vira o que se fazia com ele. Descreveu detalhadamente a equipe de reanimação – quem estava lá, quem queria desistir, quem queria continuar, quem disse uma piada para aliviar a tensão. Isso me deu a primeira pista”.

A partir de então, pesquisou casos idênticos, da Austrália à Califórnia, envolvendo pacientes de 2 a 96 anos. Registrou centenas de casos bem definidos, de todo o mundo, de gente religiosa ou não. Um deles esteve morto 12 horas e meia.

A experiência de morrer

A experiência de morrer, segundo observações da dra. Elizabeth em seus pacientes terminais, consiste no seguinte: a maioria dessas pessoas virtualmente abandonou seus corpos físicos, como uma borboleta deixa o casulo. Descrevem uma sensação de paz indescritível, sem dor, sem ansiedade. E sentiam-se perfeitos – inteiramente completos. Um jovem, cuja perna fora cortada num acidente de automóvel, flutuou acima da cena do desastre e observou os trabalhos de salvamento, lembrando-se de que sua perna estava intacta. Muitos estavam tão felizes que se ressentiram, às vezes amargamente, das tentativas para trazê-los de volta à vida, porque iam retornar a uma existência horrorosa – corpos cancerosos, membros amputados. Nenhum deles ficou com medo de morrer de novo. A experiência parece ser a mesma, não importam as origens culturais da pessoa”, observa.

Ninguém parte sozinho

Com relação aos diálogos estabelecidos pelos doentes terminais com pessoas “imaginárias”, a dra. Observou o seguinte: “Alguém que o paciente mais tenha amado, e que o precedeu na morte, estará ali para ajuda-lo na transição, e a pessoa conversará com ele. É uma transição tão dramática quanto o corte do cordão umbilical. Mas o importante é que ninguém parte sozinho. É maravilhoso poder garantir aos pais de crianças agonizantes: “Não se preocupe. Haverá alguém à espera para cuidar de seu filho”.

Céu, inferno e consciência

Perguntada sobre a questão do céu e o inferno, após a morte, a dra. Ross disse que “após a transição, atinge-se um conhecimento superior, que inclui uma revisão da própria vida. A pessoa vê todos os momentos em que devia ter agido de uma forma e agiu de outra, todas as ocasiões que a gente lamenta. Não é Deus quem vai nos convencer de nossos erros, somos nós mesmos, e isto é o inferno”.

Experiência com outros cientistas

Antes de decidir começar a falar abertamente sobre a vida após a morte, ela disse que no início temia o fato de outros cientistas dizerem: “Oh, Ross viu morimbundos demais. Deu um escorregão”. Mas quando respondia a perguntas após uma conferência, uma mulher cujo filhinho fora declarado morto e depois revivera, me perguntou se havia algo após a morte, “esqueci que havia outras mil pessoas no local e afirmei: “Sei, com toda certeza, que há vida após a morte”.

Ross publicou números e dados sobre suas descobertas em seus vários livros. “O que realmente me preocupa são as manchetes na imprensa: “Psiquiatra descobre vida após a morte!” Como posso descobrir algo de que as pessoas falam há 2000 anos?”

Seu trabalho sempre envolveu colegas de muitos campos da ciência – inclusive alguns médicos. “Sempre que preciso de instrumentos ou informações, tenho muitos médicos, alguns superneurologistas, especialistas em eletrônica – todos grandes cientistas impressionados com o que sabemos, e que estão trabalhando no projeto. Essa verificação sob todos os ângulos é importante para o espírito cético”, afirma.

Valorização da vida

Ross afirma que toda sua experiência em assistir pacientes terminais afetou-a de uma forma muito positiva perante a vida: “Hoje, devido a meu trabalho com agonizantes, sei que olhar um por-de-sol ou ver uma família de faisões na grama são coisas infinitamente mais importantes. Quando se ouve um agonizante dizer: “Se pelo menos eu chegasse a ver meus filhos. Se pelo menos...”, a gente começa a refletir sobre a própria vida.”

Você pode saber mais sobre a dra. Elizabeth e seu reconhecido trabalho de humanização nos casos de pacientes terminais acessando o website

http://www.elisabethkublerross.com/

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Encarnação, morte e nós

— Qual o objetivo da encarnação dos espíritos?

— Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação.

Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação.

Para executá-la é que, em cada minuto, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.

A perturbação que se segue à morte nada tem de penosa para o homem de bem, que se conserva calmo, semelhante em tudo a quem acompanha as fases de um tranqüilo despertar. Para aquele cuja consciência ainda não está pura, a perturbação é cheia de ansiedade e de angústias, que aumentam à proporção que ele da sua situação se compenetra.
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Artigo condensado da publicação original em “Anuário Espírita 1977”

Instituto de Difusão Espírita – IDE

www.ide.org.br/


Meu amigo Carlos foi hoje cremado na cidade de Londres, onde vivera até ao momento da sua desencarnação fatídica. Quizera eu escrever algo sobre o assunto mas faltaram-me as palavras. Encontrei então, este texto reconfortante e partilho-o com todos vós, já que não poderemos jamais ignorar o ciclo da vida e escondermo-nos deste fenómeno...