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quinta-feira, janeiro 12, 2006 

Venham Mais Cinco


Venham mais cinco
Duma assentada
Que eu pago já
Do branco ou tinto
Se o velho estica
Eu fico por cá

Se tem má pinta
Dá-lhe um apito
E põe-no a andar
De espada à cinta
Já crê que è rei
D'aquém e D'além Mar

Não me obriguem
A vir para a rua
Gritar
Que é já tempo
D'embalar a trouxa
E zarpar

A gente ajuda
Havemos de ser mais
Eu vem sei
Mas há quem queira
Deitar abaixo
O que eu levantei

A bucha é dura
Mais dura á a razão
Que a sustém
Se é nesta rusga
Não há lugar
Prós filhos da mãe

Não me obriguem
A vir para a rua
Gritar
Que é já tempo
D'embalar a trouxa
E zarpar

Bem me diziam
Bem me avisavam
Como era a lei
Na minha terra
Quem trepa
No coqueiro
É o rei

Poema-Canto de Zeca Afonso