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sábado, janeiro 21, 2006 

Sensibilidade vs tamanho


“Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande.
É a sua sensibilidade sem tamanho.”
- diz-nos Martha Medeiros, uma psicóloga e escritora brasileira.

Quando se pensa numa pessoa, pensa-se sempre mais naquilo que ela nos mostra do que na realidade da sua personalidade.
Raramente temos em atenção aquilo que é a sua realidade interna, o que pensa, as ideias e opiniões que tem, como sente este ou aquele momento, como se posiciona face a uma deslumbrante paisagem humana ou natural…
Olhamos sempre e quase sempre para o corpo…
É o corpo que nos atrai... depois a voz e por aí...

Mas quantos com lindos corpos, autênticos armários de estilo, nada têm dentro de sua cabeça em matéria de inteligência e, menos ainda no coração, em matéria de emoção …
Quantos os homens e mulheres muito lindos loiros ou morenos, sem pingo de inteligência, abusando do seu narcisismo não se conseguem relacionar bem com o semelhante.
Vivem sem saber dar-se com o outro…

Claro que os outros tipos de pessoas também terão estes handicaps, mas é dos armários lindos que falo.
E aí, lembro a figura do segurança de discoteca grandalhão que simplesmente empura para a rua um indivíduo que a porteira também ela musculada linda e loura, dentro da mesma linha estereotípica, não considerou apto a pertencer ao jetdisco e lhe barrou a entrada...

Pois, mas mesmo sabendo isto tudo, quantas não são as vezes em que nos deslumbramos por esses lindos corpos e nos deixamos fascinar até percebermos que dentro daquelas cabeças só havia mesmo serradura, cágados, erva bicha, areia, chocalhos, campainhas de porta…

Borderliner


PS:
Quem conheceu o professor e mestre de teatro, o médico oftlamologista Dr. Emílio Campos Coroa melhor perceberá estas últimas jocosas palavras… Lembrei-me que ele dizia isto a nós alunos da disciplina de Higiene, quando não sabíamos nada de sexualidade que no anos 60/70 ele já ensinava e ao que sei fazia o mesmo nos ensaios de teatro do Círculo Cultural do Algarve…

Sim não digas que um corpinho não ajuda, eu acho que os outros gostariam que eu fosse armário... mas prefiro ficar-me por ser mais atento a outros pormenores... Contudo não descuro muito a minha saúde nem espiritual, nem mental, nem a do corpo...
Mas dentro dos limites... e quando estou fora deles, sou humano, depois corrijo,. detesto ser(es) Mr. Perfect...

Será que a própria consciencia moral lhes perdooa? Penso que não. Cada um tem mesmo a sua cruz e é lá que se carregam as hipocrisias e as acções menos consetâneas e congruentes...
Não lhes acho grande graça a fazerem das suas qual diabinhos espreitando por detrás das paredes e dos arbustos...

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